Imcompreensão me atravessa na linha de simetria do meu corpo cansado e se estende enfim, para todo o resto, como se raízes abrissem passagem e se contorcessem por dentro procurando um espaço em que repousar. Chega ao ponto de não mais achar, e sair pelo olhos, narinas, ouvidos, boca, e qualquer orifício imaginável e inimaginável do meu ser. Parece absurdo, eu sei, uma imagem escrota de se forçar a mente a colocar em frente aos olhos figurados dela, porém está em cada centímetro do meu corpo, levantando com força minha epiderme queimada de um sol tomado indesejavelmente, e finalmente abrindo-a, estourando-a, que chega a fazer barulho. Um barulho que ouço interiormente e consequentemente interpreto, soltando-o aos quatro ventos em formas de palavras absurdas.
Malditas raízes que tentam repousar seus galhos cansados em outros corpos, malditas raízes que escolhem qualquer um, como um parasita sedento de vida, sem qualquer tipo de seletiva, penetrando-os com cegueira a seus vários tipos de impurezas que deixam seus galhos ainda mais fracos e podres. Malditas raízes que logo conseguem ser arrancadas com mãos mesmo frágeis, e acabam por ficarem impuras sozinhas, caindo e se degenerando no vento que o relógio tanto sopra.
Raízes de amor. Por quê diabos não se estendem tão velozmente quanto suas inimigas? Por que diabos não purificam em inteirisso todo meu corpo? Por que diabos não procuram outros corpos e os contaminam com sua seiva? Rego raízes de imcompreensão com lágrimas, por isso crescem tanto.
Como se regam raízes de amor? Qual o combustível necessário para que ele cresça, floresça e permaneça? Ou são raízes que não se preocupam com seletivas, menos ainda que as pertencentes ao lado ruim da força e acabam perdendo vida ao penetrarem corpos errôneos?
Malditas raízes. Malditas são suas direções.
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