2.18.2013

Escape Game!

Longe de mim essa hipocrisia que me arde os olhos, me ensurdece por instantes, me tira as palavras de indignação. Afasta essa gente que se sente, sente maior, maior que a própria sombra. Distancie negatividade, essa coisa toda de que o mundo conspira contra, chega disso! Conspire-se. Respire. Se vire. Retire, retire essa necessidade de julgamentos, com esses tais conceitos deformados, pré formados, preconceitos.
Abandone a esperança de receber felicidade, se distribui rancor. Licencie essa falta de amor próprio, amor pelas coisas, amor pelos coisos, amor pelos seres, seres terrestres, seres imagináveis ou inimagináveis, seres de todas as espécies, gêneros, números e graus. E que venha amor, sim, por favor, sem muito labor.

2.16.2013

Composição de velhas histórias. Junção de imutáveis.

Aquela velha história de gostar de quem não gosta de gente. De esgotar-se e esgotar teu valioso tempo criando planos mirabolantes para conseguir conquistar o coração de alguém que talvez já foi conquistado por outro alguém, ou que simplesmente se trancou em um quarto escuro e logo depois engoliu a chave.
Aquela velha história de coração doendo quase que literalmente como se pairasse em teu peito e chorasse pontadas por estar cansado e necessitando exacerbadamente de um colo para se deitar.
Aquela velha história de conformismo em ser menos merecedor.
Aquela velha história em que se muda aspecto físico, o que se vê a vida, o que se leva dela, ou o que se espera dela se espelhando em outro, enquanto existe teu reflexo quase que perfeito no espelho do seu guarda-roupa.
Aquela velha história de se lamentar por meios de palavras que nem muito sentido fazem ao serem vistas por olhos alheios, quase tão cegos quanto os teus ao olhar nos olhos de quem se ama.

2.15.2013

Resenhas de um capítulo que já teve fim! Diálogo entre dedos.

Rehab. Mas rehab de quê? Da vida? Reabilitar-se de algo assim tão natural? Reabilitar-se de como se leva a vida, talvez. Rehab de como se encara a vida, rehab de tanta coisa, tanta coisa natural, tanta coisa que não deveria exigir uma reabilitação. Mas, entretanto, todavia, na maioria das vezes exige. É! Somos dois corações cansados de viver de um jeito inusitado e nada estável. Instabilidade, isso não, não quero mais momentos instáveis. Mas diz isso com o interior tão instável como a pergunta que martela na cabeça:
- Devo ou não? 
Se deve ou não, só Deus, minha amiga. Se deve ou não, isso, somente a ti, tão somente pertence a resposta. Me responda, mas não pense duas, ou três vezes, só responda: tu queres ou não? 
- Sim! Devo! Assim como você, também deve. 
Mas devo o que? Reabilitar-me de que? Dos sonhos que nem vivi? Não tem sentimento pra ser reabilitado aqui dentro, minha amiga, só amargura de não poder sentir. 
- Se diz que existe alguma coisa, é porque existe sim. Reabilite-se da amargura.
Pois é! Se eu perdi os argumentos mil que comigo trago, talvez, ah, existe sim motivos que me fazem concordar. Volta  e meia e cá estamos, sofrendo, nos martirizando por amor, pelo amor ao extremo, e pela falta de amor por nós mesmas. Mas como diz o ditado, minha vó e o tio da esquina, pra amar ao próximo tem que se amar primeiro, senão não é de verdade. Fazer o que? A vida é assim, minha amiga, sofrer é só mais um detalhe, e o sofrimento uma hora ou outra compensa, será compensado. Ou não! 
- Será?
Será!
Me diz dessa esperança que lhe reservam os olhos, me diz dessa vontade de fazer com que tudo se resolva, onde foi que tu se encontrou com a vida que lhe rendeu tanto sentimento ainda bom, ainda guardado, ainda tão sóbrio mesmo em meio à essa vida tão embriagada em vinho barato e canções mais baratas ainda de amor. 
- Muito pelo contrário, minha querida, não me encontrei em nenhum lugar da vida, nem sequer uma ruela escura em que se possa cantar tais canções baratas ou sentar-se para beber vinhos, e justamente por isso, procuro pensar que algum dia, eu possa sim encontrar não uma ruela, não serei tão humilde em tal pedido, mas sim em uma estrada que leva à felicidade, ou como dizem por aí, uma estrada que seja a própria felicidade, e que percorramos toda. 
Felicidade. É bonito como saímos tão rápido do sofrimento pra parar na felicidade, como se o sofrimento não houvesse existido em verso algum. Mais bonito ainda é um coração que nem sabe no que acredita ainda ser tão sereno, tão mais belo do que um coração que prega uma doutrina minimizada. Seja lá o que for, meu coração não é digno de tal doutrina, ou de doutrina alguma. Ainda há tanto pra aprender de histórias tão distantes. Que a ciência me faça entender, que nem o mais certo, nem o mais humano, vive sem amor.
-  Estamos fadados a falar de felicidade quando se fala de sofrimento, ou vice-versa, são coisas tão próxima e tão distantes ao mesmo tempo, ou talvez não tanto assim, talvez esteja a felicidade tão próxima e nós é que não sabemos identificá-la atrás de uma fumaça que embaça os olhos, aquela que sai da mente por tão usada. Mas sei que acredito, que acredito ainda nessa tal felicidade que tanto se fala, acredito nesse tal de amor também tão citado. Às vezes basta, basta para que eu tenha a vontade de seguí-las, de vivê-las. E para quem diz que devemos nos amar primeiro, para assim conseguirmos amar outra pessoa, não parece tão difícil assim realizar tal façanha, me atrevo de chamar de façanha. 
Não vou tardar, não farei que vire milhões e milhões de frases que torturam os dois lados do cerebro. Enfim, Talvez seja tempo de nos despedirmos do que fomos há dois, três dias atrás. E quem sabe, amanhã ou depois, tudo isso seja mais fácil pra pensar e resumir em dois ou três atos. O que me importa, o que deveria lhe importar também, é que crescemos, e amadurecemos anos em poucos dias, por saber ouvir, e falar. Se puder lhe agredecer, mas de forma concreta, não pelos doces ou agrados, mas pelo sentimento, pelo ouvir, que tão somente me faz maior. E agradecer por poder dividir, o tão pouco que sinto. E assim termina, mais um capítulo. Deixemos a inspiração pros novos recomeços. Clichê, eu sei que assim pensaste! Mas amanhã será. E que seja doce.




Ana Camargos (http://insanitywho.blogspot.com.br) and Me.

2.07.2013

Como se felicidade se oferecesse para ocupar um espaço no coração e sua resposta fosse não.

Rejeição ao sorriso seguido de rosto corado e olhos voltados para a superfície terrestre, como se esperasse que algo lá embaixo lhe dissesse como agir, olhos espelhando almas perfeitamente, pontas dos pés roçando como pêndulos no chão e braços cruzados atrás do corpo trêmulo.
À aquela sensação de conforto, segurança e temperaturas em equilíbrio ao ser envolto em membros superiores que se ajustam perfeitamente a forma curvilínea de seu corpo.
Ao paralelismo e perperdicularidade das linhas desenhadas nos lábios.
Ao encontro dos M's cravados nas mãos e ao encaixe perfeito de ossos.
Ao carinho gratuito.
À felicidade.

2.06.2013

Malditas são... raízes.

Imcompreensão me atravessa na linha de simetria do meu corpo cansado e se estende enfim, para todo o resto, como se raízes abrissem passagem e se contorcessem por dentro procurando um espaço em que repousar. Chega ao ponto de não mais achar, e sair pelo olhos, narinas, ouvidos, boca, e qualquer orifício imaginável e inimaginável do meu ser. Parece absurdo, eu sei, uma imagem escrota de se forçar a mente a colocar em frente aos olhos figurados dela, porém está em cada centímetro do meu corpo, levantando com força minha epiderme queimada de um sol tomado indesejavelmente, e finalmente abrindo-a, estourando-a, que chega a fazer barulho. Um barulho que ouço interiormente e consequentemente interpreto, soltando-o aos quatro ventos em formas de palavras absurdas.
Malditas raízes que tentam repousar seus galhos cansados em outros corpos, malditas raízes que escolhem qualquer um, como um parasita sedento de vida, sem qualquer tipo de seletiva, penetrando-os com cegueira a seus vários tipos de impurezas que deixam seus galhos ainda mais fracos e podres. Malditas raízes que logo conseguem ser arrancadas com mãos mesmo frágeis, e acabam por ficarem impuras sozinhas, caindo e se degenerando no vento que o relógio tanto sopra.
Raízes de amor. Por quê diabos não se estendem tão velozmente quanto suas inimigas? Por que diabos não purificam em inteirisso todo meu corpo? Por que diabos não procuram outros corpos e os contaminam com sua seiva?  Rego raízes de imcompreensão com lágrimas, por isso crescem tanto.
Como se regam raízes de amor? Qual o combustível necessário para que ele cresça, floresça e permaneça? Ou são raízes que não se preocupam com seletivas, menos ainda que as pertencentes ao lado ruim da força e acabam perdendo vida ao penetrarem corpos errôneos?
Malditas raízes. Malditas são suas direções.